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O pré-diabetes

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O que é o pré-diabetes?

O pré-diabetes é uma doença metabólica caracterizada por uma elevação moderada da glicemia em jejum, sem, no entanto, atingir os critérios diagnósticos do diabetes tipo 2. Trata-se de um verdadeiro sinal de alerta indicando que o organismo está começando a desenvolver uma resistência à insulina, hormônio produzido pelo pâncreas que regula o nível de açúcar. Essa resistência significa que as células respondem menos eficazmente à insulina, resultando em um acúmulo de açúcar no sangue.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os casos de pré-diabetes estão aumentando globalmente, o que o torna uma questão importante de saúde pública. Na França, a Federação Francesa de Diabéticos destaca a importância da triagem rápida das pessoas com pré-diabetes para evitar a progressão para o diabetes tipo 2 e suas complicações associadas. Esta situação requer atenção especial para modificar o comportamento e reduzir a probabilidade de desenvolver um diabetes confirmado.

O que significa uma glicemia de jejum elevada?

Uma glicemia elevada indica que o nível de açúcar no sangue está acima do normal após um período de jejum de pelo menos oito horas. Em uma pessoa saudável, a glicemia em jejum geralmente está entre 0,70 g/L e 1,10 g/L. Um valor entre 1,10 g/L e 1,25 g/L é considerado um marcador de pré-diabetes. Este aumento excessivo do açúcar no sangue reflete uma intolerância à glicose, muitas vezes devido a uma resistência à insulina.

Uma glicemia elevada é, portanto, um indicador importante de um distúrbio glicêmico que requer atenção médica para evitar a progressão para o diabetes tipo 2.

Qual é o nível de glicemia para um pré-diabetes?

A glicemia que permite diagnosticar um pré-diabetes situa-se entre 1,10 g/L e 1,25 g/L (ou 6,1 a 6,9 mmol/L) na medição da glicemia em jejum. Este limiar é crucial porque precede o diagnóstico de diabetes tipo 2, estabelecido quando a glicemia em jejum atinge ou supera 1,26 g/L em dois testes consecutivos. A detecção de uma glicemia neste intervalo deve incitar o paciente a consultar seu médico para uma triagem e manejo apropriado. De fato, um nível elevado de açúcar no sangue, mesmo que moderado, pode danificar progressivamente os vasos sanguíneos e nervos, aumentando a probabilidade de complicações a longo prazo.

Quais são as causas do pré-diabetes?

O pré-diabetes resulta principalmente de uma combinação genética e ambiental que leva a uma resistência à insulina. Entre as causas mais comuns, destacam-se:

  • Sobrecarga ponderal: O excesso de tecido adiposo, especialmente na região abdominal (cintura elevada), contribui para a resistência à insulina.
  • Sedentarismo: A falta de atividade reduz a capacidade do metabolismo de utilizar a insulina de maneira eficaz.
  • Dieta desequilibrada: um consumo excessivo de refeições ricas em carboidratos e em gorduras saturadas pode perturbar o metabolismo dos carboidratos.
  • Predisposições genéticas: Antecedentes familiares de diabetes aumentam a probabilidade de desenvolver um pré-diabetes.
  • Idade avançada: A prevalência aumenta com a idade, especialmente após os 45 anos.
  • Fatores metabólicos: A hipertensão arterial e níveis elevados de colesterol estão frequentemente associados ao pré-diabetes.
  • Efeitos do Covid-19: Estudos sugerem que a infecção pelo Covid-19 pode influenciar o metabolismo dos carboidratos.

Essas exposições contribuem para a alteração da função das células beta pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina, e para uma diminuição da sensibilidade metabólica.

Quais são os sintomas e sinais do pré-diabetes?

O pré-diabetes é frequentemente assintomático, o que torna a triagem precoce difícil. No entanto, alguns sinais podem alertar o paciente:

  • Fadiga persistente: Uma sensação de cansaço inexplicável pode resultar da incapacidade celular de usar os carboidratos para produzir energia.
  • Sede aumentada: Uma glicemia elevada pode causar desidratação, resultando em sede excessiva.
  • Micções frequentes: O excesso de açúcar é eliminado pelos rins, aumentando a necessidade de urinar.
  • Problemas de visão: As flutuações nos níveis de açúcar podem afetar a visão.
  • Cicatrização lenta: Uma má circulação e níveis elevados de glicose no sangue podem atrasar a cicatrização de feridas.

Quais são as consequências de uma intolerância à glicose?

A intolerância a carboidratos é uma incapacidade do corpo de manejar eficazmente o açúcar ingerido, levando a um aumento da glicemia após as refeições. Sem intervenção, pode causar várias complicações:

  • Progressão para o diabetes tipo 2: A intolerância aos carboidratos é um fator importante para o desenvolvimento do diabetes.
  • Complicações cardiovasculares: Uma glicemia elevada pode danificar os vasos sanguíneos, aumentando o risco de hipertensão arterial, aterosclerose, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.
  • Neuropatias: Lesões nos nervos podem ocorrer, provocando uma perda de sensibilidade ou formigamento nas extremidades.
  • Problemas renais: Os rins podem ser danificados por níveis constantemente elevados de glicose no sangue.
  • Retinopatia: O excesso de açúcar pode afetar os vasos sanguíneos da retina, levando a problemas visuais.

Reconhecer a intolerância aos carboidratos como um sinal de alerta que requer intervenção imediata é, portanto, uma das primeiras etapas de um percurso de cuidados adequado.

O pré-diabetes é reversível?

Sim, o pré-diabetes é reversível, especialmente quando detectado precocemente. Estudos demonstraram que modificações no estilo de vida podem normalizar a glicemia e restaurar a sensibilidade à insulina. As seguintes medidas de prevenção são essenciais:

  • Adotar uma dieta equilibrada: Reduzir as ingestões calóricas, limitar as refeições ricas em carboidratos de alto índice glicêmico e priorizar alimentos ricos em fibras.
  • Aumentar o gasto físico: Praticar uma atividade regular, como a caminhada rápida por pelo menos 1/2 hora por dia, melhora a utilização da glicose pelos músculos.
  • Perda de peso: Reduz a resistência à insulina.
  • Monitoramento médico: Realizar controles regulares da glicemia para acompanhar o progresso.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, acumular pelo menos 150 minutos por semana de atividade física moderada é recomendado para melhorar a saúde metabólica.

Existem tratamentos para o pré-diabetes?

O tratamento principal do pré-diabetes baseia-se em modificações no estilo de vida, mas em alguns casos, o médico pode considerar intervenções adicionais:

  • Dieta adaptada: Colaborar com um nutricionista para desenvolver um plano alimentar equilibrado, rico em fibras e pobre em açúcares de rápida absorção.
  • Melhoria do sedentarismo: Integrar exercícios aeróbicos e de resistência para melhorar a sensibilidade à insulina.
  • Medicamentos: Embora menos comuns, alguns tratamentos farmacológicos podem ser prescritos para melhorar a glicemia, como a metformina, especialmente em indivíduos com alta probabilidade de progressão para o diabetes.
  • Educação terapêutica: Participar de programas de educação para compreender a patologia e aprender a gerenciá-la de forma eficaz.
  • Monitoramento médico: Exames regulares permitem ajustar o tratamento de acordo com a evolução da glicemia.

Na França, a Federação Francesa dos Diabéticos oferece recursos e treinamentos para ajudar os pacientes com pré-diabetes a adotar um estilo de vida saudável. Recomenda-se também trabalhar em estreita colaboração com um profissional para personalizar o tratamento do pré-diabetes.

Qual é a dieta de uma pessoa pré-diabética?

A dieta de um paciente pré-diabético visa regular a glicemia e melhorar a sensibilidade metabólica. Os princípios-chave são:

  • Priorizar alimentos com baixo índice glicêmico: Eles liberam carboidratos gradualmente, evitando picos de glicose no sangue.
  • Aumentar o consumo de fibras: frutas, verduras, leguminosas e grãos inteiros promovem a saciedade e estabilizam a glicemia.
  • Limitar os açúcares adicionados: Reduzir o consumo de bebidas açucaradas, confeitos e pastelarias.
  • Escolher proteínas magras: Carnes brancas, peixes, tofu e leguminosas contribuem para uma dieta equilibrada.
  • Reduzir as gorduras saturadas: Limitar os laticínios gordurosos e as carnes vermelhas para melhorar o perfil lipídico.
  • Dividir as refeições: Comer em porções moderadas e distribuir as ingestões ao longo do dia para evitar flutuações glicêmicas.

Qual é a relação entre pré-diabetes e perda de peso?

A perda de peso está intimamente ligada à melhoria do pré-diabetes, especialmente em pacientes com sobrepeso ou obesidade. Perder mesmo 5 a 10% do peso corporal total pode:

  • Melhorar a sensibilidade à insulina: Reduzir a sobrecarga ponderal diminui a resistência à insulina em nível celular.
  • Reduzir a glicemia: um melhor aproveitamento do açúcar pelo metabolismo normaliza o nível de glicose no sangue.
  • Reduzir o risco cardiovascular: A perda de peso promove a diminuição da pressão arterial e do colesterol.
  • Prevenir o diabetes tipo 2: Menos estresse sobre o pâncreas retarda o esgotamento das unidades produtoras de insulina.

Exercícios como a caminhada rápida durante pelo menos meia hora por dia contribuem significativamente para a perda de peso e a melhoria da sensibilidade à insulina.

Suas perguntas

É possível reverter a condição de pré-diabetes?

Sim, é possível reverter o pré-diabetes através de modificações comportamentais. Ao adotar uma dieta saudável, aumentar o gasto calórico e manter um peso corporal adequado, o paciente pode normalizar sua glicemia e reduzir a probabilidade de progressão para o diabetes.

O desenvolvimento do diabetes tipo 2 é geralmente um processo progressivo. O pré-diabetes frequentemente precede a doença, oferecendo uma janela de intervenção para prevenir seu aparecimento. Contudo, sem intervenção, a transição pode ser acelerada, especialmente na presença de fatores como a sedentarismo ou uma dieta desequilibrada.

Para evitar o diabetes, é recomendado:

  • Adote uma alimentação equilibrada: Rica em fibras, pobre em açúcares e gorduras saturadas.
  • Praticar atividade física regular: Pelo menos 150 minutos por semana de exercício moderado, como caminhada rápida.
  • Manter um peso saudável: Reduzir o excesso de peso para diminuir a resistência à insulina.
  • Evitar a sedentariedade : Limitar os períodos prolongados de inatividade.

Essas medidas contribuem para melhorar a saúde metabólica global e reduzir o risco de desenvolver o diabetes tipo 2.

O tratamento do pré-diabetes inclui:

  • Modificações comportamentais: Alimentação saudável, redução do sedentarismo, manejo do estresse e melhoria do sono.
  • Acompanhamento médico regular: Para monitorar a evolução da glicemia e ajustar as intervenções.
  • Educação terapêutica: Compreender a patologia para melhor gerenciá-la.
  • Medicação: Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos.

Uma abordagem personalizada é essencial para um tratamento eficaz do pré-diabetes.

Uma dieta adaptada ao pré-diabetes deve ser:

  • Equilibrado: Incluir uma variedade de alimentos nutritivos.
  • Rico em fibras: Para melhorar a saciedade e regular a glicemia.
  • Pobre em açúcares adicionados: Evitar alimentos com alto índice glicêmico.
  • Moderado em gorduras saturadas : Priorizar gorduras insaturadas benéficas para o coração.
  • Adaptado às necessidades individuais: Considerar as preferências, as necessidades energéticas e quaisquer restrições.

Consultar um nutricionista pode ajudar a elaborar um plano alimentar eficaz. Esta abordagem nutricional, associada a mudanças comportamentais e a uma atividade regular, contribui para reduzir o risco de progressão para o diabetes tipo 2.

O diagnóstico do pré-diabetes baseia-se em exames de sangue específicos destinados a medir o açúcar no sangue. O teste principal é a glicemia, realizado após pelo menos oito horas de jejum. Um valor entre 1,10 g/L e 1,26 g/L indica um pré-diabetes.

Em alguns casos, um teste de tolerância à glicose oral (TTGO) é realizado para avaliar a tolerância à glicose. Este teste consiste em medir a glicemia duas horas após a ingestão de uma solução açucarada. A monitorização regular é essencial, especialmente em pessoas com predisposições, como a obesidade, hipertensão arterial, nível elevado de colesterol LDL ou histórico familiar de diabetes.

Sim, o pré-diabetes está associado a uma maior probabilidade de doenças cardiovasculares. A elevação da glicemia, mesmo que moderada, pode danificar os vasos sanguíneos e acelerar o processo de aterosclerose. Fatores como o excesso de colesterol LDL, o tabagismo e o excesso de peso agravam esse risco ao contribuir para o acúmulo de depósitos de gordura nas artérias. Assim, pessoas com pré-diabetes apresentam um risco mais elevado de hipertensão arterial, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.