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Diabetes gestacional

diabète gestationnel

O que é o diabetes gestacional?

O diabetes gestacional, também conhecido como diabetes da gravidez, é uma doença metabólica caracterizada por hiperglicemia (nível elevado de açúcar no sangue) que surge pela primeira vez durante a gestação. Esta patologia ocorre geralmente no segundo ou terceiro trimestre e muitas vezes desaparece após o parto. Trata-se de um distúrbio da tolerância à glicose específico da gravidez, afetando pacientes que não eram previamente diabéticas.

As alterações hormonais durante a gravidez induzem uma resistência à insulina. Imagine que a insulina é uma chave que permite que a glicose entre nas células do corpo. Com o diabetes gestacional, essa chave funciona de maneira menos eficaz, impedindo que a glicose penetre nas células para ser utilizada como fonte de energia. Como resultado, o açúcar se acumula no sangue, levando a um aumento da glicemia.

Qual é a prevalência do diabetes gestacional?

A prevalência do diabetes gestacional na França está em aumento. Ela passou de 10,8% em 2016 para 16,4% em 2021. Este aumento pode ser explicado por diversos fatores, incluindo o envelhecimento da idade materna, o aumento do sobrepeso e da obesidade entre mulheres em idade reprodutiva, bem como melhores ferramentas diagnósticas. Atualmente, estima-se cerca de 100.000 novos casos de desenvolvimento de diabetes gestacional por ano.

Por que realizar um teste de glicemia para detectar diabetes gestacional?

O rastreamento do diabetes gestacional é essencial para prevenir as complicações maternas e fetais. A glicemia em jejum (nível de açúcar no sangue medido após um período de jejum) é um indicador-chave para detectar a hiperglicemia. Um nível anormalmente elevado de açúcar pode passar despercebido, pois o diabetes gestacional é muitas vezes assintomático.

Ao realizar uma glicemia, o médico pode identificar rapidamente as pacientes que necessitam de um manejo específico. De acordo com as recomendações de boas práticas, o rastreamento é recomendado em gestantes de risco, mas também de forma sistemática entre a 24ª e a 28ª semanas de gestação.

O teste de TTGO (Teste de Tolerância à Glicose Oral) é o exame de referência para o diagnóstico de diabetes gestacional. Consiste na medição da glicemia em jejum, e uma e duas horas após a ingestão de 75 g de glicose. Os objetivos glicêmicos são específicos:

  • Após 8 horas de jejum: deve ser inferior a 0,92 g/L.
  • Uma hora após a carga de glicose: inferior a 1,80 g/L.
  • Duas horas depois: inferior a 1,53 g/L.

Este exame permite confirmar o diagnóstico de diabetes gestacional e propor uma conduta terapêutica adequada, conforme as recomendações do Colégio Nacional de Ginecologistas, da Sociedade Francófona de Diabetes e dos Obstetras Franceses.

Quais são os sintomas do diabetes gestacional?

O diabetes gestacional é frequentemente silencioso, tornando sua triagem sistemática ainda mais crucial. No entanto, alguns sinais podem servir de alerta:

  • Sede intensa e vontade frequente de urinar: O organismo tenta eliminar o excesso de glicose pelos rins.
  • Fadiga incomum: As células carecem de energia devido ao uso ineficaz do açúcar.
  • Visão turva: A hiperglicemia pode afetar temporariamente a visão.
  • Infecções recorrentes: Notadamente infecções urinárias ou candidíase.

Os obstetras ressaltam a importância de consultar assim que esses sinais surgirem. No entanto, essas manifestações não são específicas e podem ser atribuídas às alterações fisiológicas normais da gravidez.

O que causa o diabetes durante a gravidez?

O diabetes gestacional pode causar várias consequências durante a gestação. Para a mãe, ele aumenta o risco de desenvolver:

  • Uma hipertensão arterial gestacional.
  • Uma pré-eclâmpsia, uma patologia grave caracterizada por hipertensão associada a comprometimento renal.
  • Um excesso de líquido amniótico (hidramnio), que pode resultar em um parto prematuro.
  • Infecções urinárias frequentes.

Para o feto, a hiperglicemia materna tem repercussões significativas:

  • O açúcar em excesso atravessa a placenta, estimulando o pâncreas fetal a produzir mais insulina.
  • Esta hiperinsulinemia fetal favorece um crescimento excessivo, levando a uma macrossomia (peso superior a 4 kg).
  • Um peso elevado do bebê aumenta a probabilidade de um parto difícil, podendo necessitar de uma cesariana.
  • Após o nascimento, o recém-nascido pode apresentar distúrbios metabólicos, como uma hipoglicemia neonatal.

Crianças nascidas de mães diabéticas também apresentam um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde na vida.

Quais são os riscos para o bebê do diabetes gestacional?

O diabetes gestacional pode ter vários impactos no bebê:

  • Macrosomia fetal: Um peso elevado (> 4 kg) aumenta os riscos de um parto difícil.
  • Distocia de ombros: Situação em que os ombros do recém-nascido ficam presos após a saída da cabeça, constituindo uma emergência obstétrica.
  • Hipoglicemia neonatal: Devido ao excesso de insulina produzido em resposta à hiperglicemia materna.
  • Dificuldade respiratória: maturidade pulmonar às vezes atrasada.
  • Icterícia neonatal: Hipérbilirrubinemia devido a uma produção aumentada de glóbulos vermelhos.
  • Risco aumentado de obesidade e de diabetes tipo 2 na idade adulta.

Esses riscos justificam uma vigilância aumentada do lactente, conforme recomendado pelas diretrizes de boas práticas. A implementação de medidas preventivas desde a gestação contribui para a saúde futura da criança.

Quais são os sinais de diabetes gestacional?

Além dos sintomas mencionados anteriormente, alguns sinais clínicos podem indicar um diabetes gestacional:

  • Ganho ponderal excessivo da mãe.
  • Pressão arterial elevada.
  • Alteração glicêmica nos exames.
  • Ultrassonografia revelando um feto com tamanho ou massa superior ao normal para a idade gestacional.

Deve-se prestar atenção especial às pacientes que apresentam essa sintomatologia, a fim de implementar uma triagem e uma abordagem terapêutica adequadas.

Quais são as causas do diabetes gestacional?

O diabetes é principalmente causado pelas alterações hormonais da gravidez que induzem uma resistência à insulina. Os hormônios produzidos pela placenta, como o hormônio lactogênio placentário, o cortisol e os estrogênios, diminuem a eficácia da insulina.

Vários fatores de risco aumentam a probabilidade de desenvolvimento desta patologia:

  • Sobrepeso ou obesidade (IMC acima de 25).
  • Idade materna avançada (mais de 35 anos).
  • Histórico familiar de diabetes tipo 2.
  • Histórico pessoal de diabetes gestacional ou de diabetes prévio.
  • Nascimento anterior de uma criança com mais de 4 kg.
  • Distúrbios de tolerância à glicose identificados antes da gravidez.
  • Etnia (certas populações apresentam maior risco).

Compreender essas causas permite que as gestantes e os profissionais de saúde tomem medidas preventivas eficazes.

Como é organizado o rastreamento do diabetes gestacional?

A pesquisa do diabetes gestacional é recomendada para todas as pacientes em risco e é realizada em várias etapas:

  1. Glicemia venosa em jejum já no primeiro trimestre para mulheres com fatores de risco.
    • Se estiver acima de 0,92 g/L mas abaixo de 1,20 g/L, um teste de TOTG é prescrito.
    • Se for superior ou igual a 1,20 g/L, isso indica diabetes pré-existente.
  2. Entre a 24ª e a 28ª semana de gestação, realização do TOTG de 75 g para todas as mulheres ainda não testadas.
    • Medição da glicemia em jejum, seguida de uma e duas horas após a ingestão de 75 g de glicose.
    • Diagnóstico de diabetes gestacional se pelo menos um dos seguintes valores for atingido ou ultrapassado:
      • Em jejum: 0,92 g/L.
      • À 1 hora: 1,80 g/L.
      • Às 2 horas: 1,53 g/L.

Esta pesquisa, conforme as recomendações de boas práticas, permite uma abordagem precoce para reduzir suas consequências.

Qual é o nível normal de glicemia para gestantes?

Na gestante, os objetivos glicêmicos são mais rigorosos para proteger o feto:

  • Em jejum: glicemia inferior a 0,92 g/L.
  • Uma hora após a refeição: inferior a 1,20 g/L.

É recomendado que as pacientes com diabetes gestacional realizem a automonitorização glicêmica várias vezes ao dia (geralmente de 4 a 6 vezes). Esta prática garante que os objetivos glicêmicos sejam alcançados e permite ajustar a insulinoterapia em tempo real.

Quais são os tratamentos para o diabetes durante a gravidez?

O tratamento do diabetes gestacional baseia-se em medidas dietéticas e de estilo de vida e, se necessário, em insulinoterapia:

  • Alimentação equilibrada :
    • Divida em 3 refeições principais e 2 a 3 lanches.
    • Priorizar os carboidratos complexos com índice glicêmico baixo.
    • Aumentar o consumo de fibras.
    • Limitar os açúcares de absorção rápida e as gorduras saturadas.
  • Atividade física regular :
    • Praticar caminhada, natação ou ioga pré-natal, por exemplo
    • O exercício melhora a sensibilidade à insulina e ajuda a controlar a glicemia.
  • Autocontrole glicêmico :
    • Medir a glicemia várias vezes ao dia para ajustar a terapêutica, se necessário.

Se essas medidas não forem suficientes, uma terapia com insulina pode ser implementada após consulta com um endocrinologista especializado em diabetes. Os antidiabéticos orais são geralmente contraindicados durante a gravidez.

Qual é a dieta a ser adotada em caso de diabetes na gestante?

Em caso de diabetes gestacional, é importante adotar uma nutrição adequada para controlar a glicemia:

  • Fracionar as refeições: 3 principais e lanches para evitar picos glicêmicos.
  • Escolher carboidratos de qualidade: cereais integrais, leguminosas, vegetais verdes.
  • Aumentar as fibras: Elas retardam a absorção do açúcar.
  • Limitar os açúcares de absorção rápida: Evitar bebidas açucaradas, produtos de pastelaria, e guloseimas.
  • Consumir proteínas magras: Carnes brancas, peixes, ovos.
  • Priorizar as boas gorduras: óleos vegetais ricos em ômega-3, nozes.
  • Hidratação adequada: Beber água regularmente ao longo do dia.

Uma consulta com uma nutricionista permite estabelecer um plano alimentar personalizado, em conformidade com as recomendações de boas práticas.

Como é organizado o acompanhamento da gravidez?

O acompanhamento de uma gravidez com diabetes é multidisciplinar:

  • Consultas regulares :
    • Acompanhado pelo médico de família, o ginecologista-obstetra e o endocrinologista-diabetologista.
    • Ajuste do tratamento com base nos resultados da automonitorização glicêmica.
  • Ultrassonografias adicionais :
    • Monitoramento do crescimento do feto.
    • Avaliação do líquido amniótico.
  • Educação terapêutica :
    • Aprendizagem sobre o manejo do diabetes.
    • Conselhos sobre nutrição e atividade física regular.
  • Monitorização específica no final da gravidez:
    • Decisão sobre o modo de parto (via vaginal ou cesariana).
    • Prevenção de complicações no parto.

Esse acompanhamento próximo, conforme às recomendações de boas práticas, assegura um cuidado ideal para a mãe e a criança.

Por que é importante consultar um médico para diabetes gestacional?

Consultar um médico é primordial para:

  • Detectar o diabetes de forma precoce.
  • Implementar um manejo adequado para evitar as complicações.
  • Informar e acompanhar a paciente durante toda a gestação.
  • Prevenir o desenvolvimento de um diabetes tipo 2 subsequente.
  • Assegurar o acompanhamento pós-natal para a mãe e a criança.

Suas perguntas

Quais alimentos evitar em caso de diabetes gestacional?

É aconselhável evitar:

  • Bebidas açucaradas: Refrigerantes, sucos de frutas industrializados.
  • Pastelaria e confeitaria: Bolos, biscoitos, doces.
  • Produtos à base de cereais refinados: pão branco, massas brancas, arroz branco.
  • Alimentos processados ricos em açúcares adicionados e gorduras saturadas.
  • Frutas muito doces em grande quantidade: bananas maduras, uvas.

Evitar esses alimentos ajuda a manter uma glicemia estável e a prevenir as complicações.

Priorize uma dieta equilibrada:

  • Verduras: brócolis, espinafre, vagens.
  • Leguminosas: Lentilhas, grão-de-bico.
  • Cereais integrais: Pão integral, arroz integral.
  • Proteínas magras: Carne branca, peixe.
  • Frutas de baixo índice glicêmico: maçãs, peras.
  • Laticínios com baixo teor de gordura: Queijos com baixo teor de gordura.
  • Gorduras saudáveis: óleos vegetais ricos em ômega-3.

Uma nutrição equilibrada contribui para um melhor controle glicêmico.

O diabetes gestacional é uma condição séria. Sem tratamento, pode levar a complicações para a mãe e o bebê. No entanto, com acompanhamento médico adequado e as medidas apropriadas, é possível controlar a glicemia e conduzir a gestação de forma saudável.

O diabetes gestacional é causado por alterações hormonais que induzem resistência à insulina. Se o pâncreas não produzir insulina suficiente para compensar, o insulina para compensar, o açúcar se acumula no sangue, resultando em uma hiperglicemia.

O diabetes geralmente não desaparece durante a gravidez, mas frequentemente diminui após o nascimento. Os níveis hormonais retornam ao normal, reduzindo a resistência à insulina. É importante continuar o acompanhamento médico para verificar a normalização glicêmica.

Para reduzir o risco, na maioria dos casos recomenda-se:

  • Manter um peso saudável antes e durante a gravidez.
  • Adotar uma dieta equilibrada rica em fibras.
  • Praticar atividade física regular, adequada à gestação.
  • Monitorar o IMC (índice de massa corporal) e evitar o excesso de peso.
  • Consulte um médico para um acompanhamento pré-concepcional se houver fatores de risco presentes.

Estas medidas melhoram a sensibilidade à insulina e ajudam a manter uma glicemia normal.